terça-feira, 14 de junho de 2016

Como eu conheci Felipe - parte 2

Continuando a minha história, Felipe e eu mantivemos contato praticamente diário. A vontade de vê-lo aumentava exponencialmente, assim como a falta que ele me fazia a cada dia que não nos encontrávamos. Em uma dessas oportunidades, na qual ele foi até a Ortopedia me procurar para jogarmos conversa fora, pedi seu telefone, pois o final do ano se aproximava e eu queria mandar uma mensagem para ele no reveillón. Ele ficou surpreso com a minha iniciativa, como disse posteriormente, mas ainda assim, me deu seu número e ainda naquele dia, começamos a conversar via whatsapp. Nos falávamos o tempo todo, sempre sobre assuntos triviais.

No meu último plantão de 2015, nas vésperas das festas de Ano Novo, eis que Felipe me envia uma mensagem dizendo que havia comprado um bolo e que queria levar uma fatia para mim. Achei extremamente estranho aquela vontade dele, mas ainda assim, combinamos um horário para ele passar no meu setor e me entregar o tal bolo. Ele me enviou uma mensagem para avisar que estava a caminho e eu respondi que ele teria que me esperar um pouco, pois precisava tomar um remédio e, estranhamente, não havia água no meu setor.

Cerca de dois minutos após essa mensagem, surge Felipe, o bolo e um copo de água.

Ficamos longos minutos batendo papo naquele dia. Me sentia tão bem, que praticamente não pensava no dito cujo enquanto me divertia ao lado de Felipe. Só que naquele dia, veio a bomba. Ele decidiu me mostrar uma foto que levava no celular, na qual aparecia a sua esposa e uma sobrinha. Naquele momento, fiquei sem chão. Uma mistura de vergonha, com raiva e perplexidade invadiram o meu ser. Mais uma vez eu me interessava por um homem que já tinha alguém e, lá no fundo, eu acreditava piamente que ele realmente estava interessado em mim, afinal, quem levaria bolo pro plantão para dividir com uma pessoa aleatória que conhecia a tão pouco tempo? Quem mandaria mensagens várias vezes ao dia para alguém que era uma simples colega de trabalho? Fiquei decepcionada, dava pra ver nos meus olhos. Ele não deu detalhes sobre a esposa, só disse que ela morava em outra cidade. E dentro de mim, um buraco se abria. Ao final desse lanche, quando nos despedimos, ele me puxou para um longo abraço, no qual eu me enterrei em seu peito, naquela farda que eu tanto gostava e pedia, dentro de mim, pra que aquele abraço durasse pra sempre, tão bom que era. Mas sabia que não podia gostar daquela situação, já que ele pertencia à outra mulher.

Poucos dias depois, ele me ligou no dia 31 de Dezembro para me desejar um feliz ano novo. Lembro que estava na casa do meu avô e, ao ver seu número da tela do celular, meu coração disparou. Me encaminhei para o quintal, onde não poderiam ouvir minha conversa e fiquei alguns minutos escutando aquela voz que eu tanto gostava pelo telefone, dizendo que queria que fosse um ano maravilhoso pra mim, sem as lágrimas que eram tão comuns em 2015... Ele ainda fez questão de frisar que ficaria ao meu lado para me ajudar a passar na prova para o quadro de médicos (sou oficial temporária), já que esse é o meu maior sonho. E que eu podia contar com ele para o que precisasse nesse ano de 2016. Posso dizer que ele cumpriu com cada uma dessas promessas e que casa desejo dele pra mim, foi, aos poucos, se realizando ao longo desse ano.

Nos dias que seguiram, continuamos nos esbarrando pelos corredores do hospital. Combinávamos de jantar nos dias de plantão e foi em uma dessas oportunidades, que ficou claro que o sentimento não partia somente do meu lado. Um certo dia, após jantarmos, ficamos assistindo televisão e ele pôs o braço por trás de mim, na altura nos ombros e ficou fazendo carinho no meu ombro direito. Eu não aguentei e encostei minha cabeça no seu ombro e ficamos ali por alguns minutos. Na hora da despedida, rolou aquele clima e quase nos beijamos. Não o fizemos por minha culpa. Como eu poderia beijar um homem que era casado? Aliás, esse pensamento era constante na minha mente. Não podia cometer esse erro novamente, não poderia me relacionar com um homem que já tinha dona. Mesmo a vontade de beijá-lo sendo quase incontrolável, não o fizemos. Nos abraçamos e nos despedimos.

Mais uma vez, ele insistia que saíssemos para ver um filme. Apesar de saber que estava errando em sair com um homem casado, aceitei. Tinha algo nele que era quase irresistível. Seria aquele sorriso lindo que me fazia esquecer dos problemas? Enfim, no dia 09 de Janeiro de 2016, cedi e fomos ao cinema. Lá, enquanto assistíamos Vai que dá certo 2, aconteceu o nosso primeiro beijo. E a partir desse dia, não paramos mais de nos beijar. Eu não queria continuar, pra mim esse primeiro beijo deveria ter sido o último. Fiquei encabulada por todo o filme, evitando contatos maiores com ele. Até quando saímos do cinema, ele queria andar de mãos dadas comigo e me beijar nas escadas rolantes e eu sempre o evitava, até que em um determinado momento, quase que lendo os meus pensamentos, ele segurou as minhas mãos e disse que eu podia ficar tranquila, pois havia terminado o casamento e estava livre para ficar comigo.

O resto eu conto depois... :)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Como eu conheci Thiago - parte 1

Hoje eu quero falar sobre o meu namorado. Pra mim ainda é um pouco bizarro falar em voz alta essas palavras, "meu namorado". Eu sofri tanto durante a minha vida nesse quesito "amor".

Eu sempre fui a dona do dedo mais podre do universo. Não porque os caras que eu me apaixonasse fossem canalhas (alguns até eram), mas sim porque eles nunca me davam bola. Eu conhecia um cara, me apaixonava perdidamente por ele e, não importava o que eu fizesse, eles nunca olhavam pra mim. Ou então me viam como a amiguinha bacana do colégio, da faculdade, do trabalho... E isso fez de mim uma pessoa dura. Eu me comparava a uma fortaleza impenetrável, sabe? Porque ao mesmo tempo que eu me apaixonava, eu não me permitia tentar me envolver. Acho que em 25 anos de vida, eu só "me declarei" por assim dizer pra dois caras.

O primeiro foi na época da faculdade, um calouro que eu adorava e que na minha cabeça, me dava super mole. Não tive coragem pra falar o quanto gostava dele e escrevi uma carta. Tomei coragem, entreguei a carta em uma tarde na biblioteca e ele a levou pra casa. E demorou três dias pra responder. Na verdade, só respondeu porque eu me irritei e mandei uma mensagem pra ele perguntando se ele não ia me dar uma resposta. Evidentemente, ele não quis nada comigo.

O segundo... bem, eu vou precisar de muitas postagens para falar sobre o segundo, que foi, sem dúvidas, a ruína da minha vida. Mas isso fica pra outro dia, como eu já disse, hoje eu quero falar sobre o meu namorado, o Felipe.

Ai o Thiago... tenho tanta coisa pra falar sobre ele, mas ao mesmo tempo, não sei quais palavras usar. Nos conhecemos na academia de onde trabalhamos. Na verdade, EU o conheci na academia. Ele diz que já tinha me visto outras vezes, mas eu juro que não imaginava a existência dele até aquele bendito Agosto de 2015.

Estávamos nas esteiras, correndo. Ele começou com um papinho besta que até hoje eu tenho uma certa dificuldade pra dizer o que era, só sei que envolvia água (e ele querendo beber minha água). Ele nega, diz que estava perguntando o que eu tinha na minha água, porque emagreci muito rápido (ele até hoje não admite que estava era me dando bola, isso sim. Mas segue o fluxo...). Eu achei o papo estranho, neguei a água pra ele (nota ao leitor: depois eu aprendi que não se nega água à ninguém, to tentando evoluir nessa vida, meu povo) e continuei malhando como se nada tivesse acontecido.

Alguns dias depois, eis que eu estou atendendo meus pacientes e, quando chamo o paciente Thiago eis que ele aparece. Nós dois rimos da coincidência (pior que foi coincidência mesmo, onde eu trabalho, se marca consulta com a especialidade, não com o médico) e eu o atendi. Um problema antigo no joelho o levou à consulta e, ao pedir para que tirasse os sapatos e se deitasse na maca para eu examiná-lo, aconteceu o que foi a pedra fundamental para que o nosso relacionamento se iniciasse: ele estava com chulé. Juro que até hoje não lembro dele estar com chulé, mas ele ficou tão encabulado com a situação que, dias após, me parou nos corredores do hospital para dizer que "já tinha resolvido o problema do chulé" e que eu não precisava mais me incomodar. Daí por diante ele ficou marcado na minha cabeça... Era sempre o paciente do chulé.

A partir daí, começamos a nos encontrar sempre no hospital. Ele sempre com um sorriso... Gente, como descrever o sorriso do meu Thiago? É a sua marca registrada! Quando ele sorri, parece que as estrelas se alinharam para iluminar a sala, sabe? Dá até um calorzinho no coração, um aconchego gostoso... E eu sempre triste, por causa daquele carinha que eu citei lá em cima, como a ruína da minha vida. Apesar da existência desse dito cujo, ver o Thiago me causava uma alegria tão grande! Ele me trazia paz, me distraía do meu sofrimento. Ele começou a me chamar para sair quando nos encontrávamos na academia, sempre querendo me levar para "um rock" como ele dizia, ou para um cineminha. E eu sempre negando, por medo de me jogar no desconhecido, por medo de abrir a guarda para um cara que eu não conhecia, era de outro estado, poderia ser mais um dos canalhas que eu conheci que só queriam me enrolar... E ele sempre insistindo, insistindo...

Nesse meio tempo, eu fique muito mal em relação àquele cara. E teve um dia no plantão que eu parei em um canto e chorei bastante por causa dele. Quando tomei coragem para sair e ir tomar um ar, adivinha quem foi a primeira pessoa que eu encontrei? Ele me viu, abriu aquele sorriso e a primeira ação que eu tive foi abraçá-lo bem apertado. Pausa para que o leitor possa entender a gravidade da situação: somos militares. Militares não podem demonstrar afeto. Se isso não fosse suficiente, ele é meu subordinado, com uma diferença bem grande de graduação. E ainda assim, eu quis abraçá-lo na frente do hospital inteiro. E foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida. Que abraço gostoso! Ele poderia abraçar o mundo que ia caber ali, entre aqueles braços. Era o conforto que eu precisava naquele momento, e ele nem imaginava que era por causa de um outro cara.

O tempo foi passando, a gente sempre se encontrando... Eu percebi que as coisas estavam tomando outro rumo entre a gente em duas situações: na primeira, ele segurou meus dedos e fez um carinho discreto para me pedir que visse o resultado de um exame para ele. Eu me senti que nem uma adolescente, toda sorridente, encabulada só por causa de um carinho bobo. E a segunda, no dia que ele foi pedir para que eu visse o exame de um amigo dele que estava com um problema ortopédico. Ele chegou todo suado, com trajes civis, correndo porque estava atrasado para a faculdade, só para me entregar o exame e ir embora. Eu perguntei se ele já estava indo, ele confirmou e eu pedi pra que ele não sumisse. Isso porque eu começava a sentir a falta dele, tanto que nos dias em que estava de plantão, ficava perambulando pelo hospital para encontrá-lo e bater uns cinco minutinhos de papo com ele.

O resto da história, eu conto no próximo post ;)

domingo, 12 de junho de 2016

Introdução

Boa noite!

Vamos dizer que meu nome seja Maria Eduarda (pseudônimo, óbvio). Tenho 25 anos, sou médica e, há cerca de cinco anos, fui diagnosticada com alopécia androgênica. Os Dermatologistas me solicitaram que eu investigasse alguma síndrome ginecológica ou endócrina, como Síndrome dos Ovários Policísticos ou alguma alteração da glândula adrenal, contudo, nada foi detectado. E assim, uma amiga sugeriu que eu iniciasse uma terapia para melhorar a minha sintomatologia, visto que nos períodos em que estou mais estressada, a queda é maior. E dessa forma, eu pensei que a melhor terapia para mim seria escrever, hobby que sempre tive e que por muito tempo está parado na minha vida.

Já tive uma série de blogs, sobre um milhão de assuntos que me interessam, como música, esporte, culinária... Mas nunca tive um blog que fosse inteiramente sobre mim. E é isso que pretendo fazer aqui. Uma espécie de "cantinho do desabafo", onde eu possa contar diversas coisas sobre mim, sobre o meu cotidiano e, permanecesse incógnita, como uma espécie de AA online.

Enfim... o título do blog é meio drástico, eu sei. Não estou em ruínas, graças a Deus. Mas já estive perto de estar há algum tempo atrás, devido a um amor não correspondido. Hoje eu vejo que a melhor coisa na minha vida foi que esse amor não tenha se concretizado, porque aí sim, eu ficaria em ruínas em algum momento. Mas na época, não foi tão fácil assim ter essa visão. Mas isso é papo para um outro dia. Hoje eu só queria dizer que este será um local para desabafos e reflexões sobre a minha vida, sobre situações do dia a dia da minha cidade, do meu país... talvez até do mundo.

Até a próxima!